31 de agosto de 2006

Bulgaria

Ha' seis dias. De papo para o ar no mar negro, tudo nu na praia (ou quase), algumas senhoras que mais valia terem ficado em casa mas a maior parte a valer a pena. Isto de metade da gastronomia ser saladas e iogurte ve-se no fisico das moças.
Ja nao falta muito para voltar ao lixo-luxo de NY, e para contar mais historias.

22 de agosto de 2006

A sande

Com 13 anos fui pela primeira vez a Itália, e obviamente não me serviu de muito; mas uma coisa ficou - comi pela primeira vez uma sande com fiambre, queijo, tomate e maionese, aquecida na tostamisteira. Quando voltei, aquilo passou a ser o meu almoço de Sábado, a que a minha famelga aderiu também.
Este Sábado à uma da tarde e antes da festa do PS1 (brutal!) fui à cafetaria, à secção das sandes. O homem, negro, no típico modo bitchy dos trabalhadores negros da cafetaria (é pena, mas é mesmo assim) ladra-me "Que é que queres?" Eu digo "Good morning" e ele "Manhã? Não me estragues o dia, que já é de tarde". Enfim, respiro fundo e peço a minha sande da juventude.
Como que por milagre, ele transforma-se. "Hey meu, tu sabes fazer uma sande! Esse é o tipo de sande que eu faria para mim! De onde é que és" "Portugal" "Hmmm, não sei, mas tu sabes fazer uma sande, buddy."
E assim por diante, riu-se e ficámos buddys. Vá-se lá entender, um tipo que passa o dia a queixar-se e a fazer sandes para toda a gente, de repente há uma combinação mágica que o acorda (eu acho que na verdade estes gajos têm um trabalho que detestam e acham-se no direito de o mostrar a toda a gente. Mas de vez em quando alguém lhes toca numa corda sensível.)

o embaixador

Sexta à noite, sem nada que fazer depois de jantar, vamos ao terraço comunitário para desopilar. Alguém aparece e diz: "Hey! Há uma festa selvática na casa do embaixador X! Vamos?". Decidimos envergar as nossas melhores fardas e lá nos metemos num táxi em direcção ao Upper East. Eu espero nada menos que serpentes e anões, mas a festa é uma desilusão. O embaixador lá está, solteiro e com ar de garanhão a bater suavemente um coro a uma trintona loura. O resto era pouco pessoal diplomático, muitos velhos e alguns jovens a querer parecer velhos também. Mas havia um DJ, e ficou até às tantas a pôr música para nós; uma dúzia de marmelos (e marmelas) a dançar no 38º andar com vista para tudo e mais alguma coisa em NY. Numa mesa, bebidas à discrição; noutra, sushi e bolinhos de amêndoa. Às tantas, o embaixador desaparece (e, estranhamente, também a trintona). A casa fica por nossa conta, enquanto emborcamos mais uns uísques; durante uns momentos de breve lucidez reflicto no desperdício que é gastar milhões de dólares numa penthouse duplex com umas janelas tão foleiras e uma decoração tão merdosa (mármores e rodapés meio a armar ao clássico minimalista mas sem graça nenhuma). Mas o espaço é grande e de certeza que cabe lá muita gente noutras festanças...
No fim, algumas miúdas mais sabidonas metem umas garrafitas de Absolut debaixo do braço e saímos porta fora, em grande. O embaixador, esse nunca mais ninguém o vê.

21 de agosto de 2006

já sei que está tudo farto

de ver a minha tromba aí em baixo. Mas depois de uma cerveja de boas-noites, amanhã haverá notícias (afinal de contas, quando o chefe tira um mês de férias...)

14 de agosto de 2006

miami bice

11 de agosto de 2006

Ron Carter

Durante algum tempo pensei que ja' tinha morrido. Um dos meus herois do tempo do contrabaixo (e de sempre, pela musica), vi-o por acaso, ha' poucos dias, no planetario. E ainda por cima, tocou um dos temas daquele disco ao vivo brutal com o Miles Davis. Sim, senhor, esta cidade e' feia porca e ma' mas com momentos assim vale a pena (ainda por cima de graça).

***
"Of course I upset some people. I'm tall, I dress well and I always speak my mind."

9 de agosto de 2006

orelha

7 de agosto de 2006

Verao em NYC

Está tanto calor, que o Mayor recomenda que se usem roupas claras. Mas depois aparece na TV com o mesmo fato azul-escuro de sempre. Claro, pois se nesta cidade se vive num clima artificial, para quê mudar? A verdade é que nos dias de maior calor está tanto frio no escritório, que não vale a pena preocupar-se com as roupas claras ou o dilema de usar calções ou calças. Só no curto trajecto metro-trabalho/metro-casa é que a coisa se sente, tal como no Inverno em que podem estar -10 lá fora que se continua a andar de camisa dentro. Eu não me importo, não fosse o exagero de alguns sítios em que se morre de frio (como hoje no Macy's) ou outros em que mantêm o A/C a bombar com as portas abertas. Um colega disse-me, a brincar - "Isto é a América, men, temos dinheiro para queimar". Realmente têm, e por isso não me importo nada.
De vez em quando, lá fica um bairro sem electricidade durante uns dias e ai ai que a populaça é alertada para não por o A/C abaixo dos 75º. Mas claro, com o calor que está quem é que vai ser anjinho e sofrer enquanto outros (como outro meu colega) se gabam que "como as contas estão incluídas, deixo o A/C ligado o dia todo. Ah... é uma frescura quando chego a casa!". E quem se lixa é o mexilhão e os blackouts são em Queens e assim ninguém importante se queixa. Cada vez acho esta cidade mais bestial, mas aqui não vale mesmo a pena ser pobre.

4 de agosto de 2006

quente, quente

1 de agosto de 2006

room 6C3

rigga', fuori e' l'Africa

99 graus (dos deles, dos nossos sao para ai' 38) e um grau de humidade de 59%. Sair do escritorio e' como nadar em aguas tropicais, mas com cheiro a talho e fritos. Hummm.
Ha' um ano atra's era a mesma coisa, mas em Roma, e ai' cheirava bem, porque trabalhava num condominio fechado de luxo cheio de jardins e arvores, e filipinos que passeavam os caes das estrelas de televisao (e nao havia ar condicionado).